O site POP publicou texto do colunista Orlando Ortiz sobre o laserdisc, mídia de vídeo que surgiu no fim da década de 70 (!). Acompanhe:
Lado a lado com as famosas "fitas" de VHS, surgiram os filmes em Laserdisc. Poucos sabem, mas a tecnologia foi demonstrada pela primeira vez em 1972, chegando finalmente às lojas da América do Norte, Europa e Asia em meados de 1978.
Para quem não se lembra, essa mídia ótica tinha o formato parecido com um disco de vinil, porém com a aparência física de um CD gigante.
A grande diferença, além do formato, era a qualidade audiovisual - muito semelhante aos DVDs, com excelente definição de imagem e sons impactantes, similares ao que debutava nos cinemas.
O discão de 30cm era desajeitado, fácil de riscar e ocupava muito espaço na estante, mas o Laserdisc conquistou o coração de muitos cinéfilos pelo mundo afora, principalmente no Japão. Acredite se quiser, mesmo depois do ano 2000 ainda era fácil encontrar lançamentos nesse formato, como Star Wars: Episode I (lançado no ano anterior), entre outros.
Mas por que será que o formato não se popularizou frente ao VHS? Nos EUA parte do problema foi a resistência da população em trocar os aparelhos. Concomitante a isso, havia também a disseminação de outros formatos (como o Video-CD e os famosos "VCD Players"), além das fitas Beta Max, que prometiam boa qualidade, mas custavam caro.
No Japão, os LDs perduraram graças ao fanatismo nipônico que envolve agregar funções e novidades aos aparelhos. Os LD Players mais robustos, da Sony e Pioneer, tocavam CDs de áudio com fidelidade absoluta, reproduziam LDs, DVDs e ainda por cima viraram os discos. Sim, parece algo da idade das cavernas, mas os Laserdiscs tinham "lado A e lado B", assim como muitos dos primeiros DVDs lançados, onde o filme em formato widescreen era prensado em um lado e o outro, em formato 4:3 (para as antigas TVs quadradas).
Hoje há uma legião de fãs que ainda apreciam os Laserdics, graças à facilidade de encontrar filmes interessantes (ou raros) com preços atraentes, principalmente através do eBay ou de lojas nos EUA, como a Amoeba Store. Clássicos como O Exterminador do Futuro 2 são encontrados por preços entre US$ 1 e US$ 12, e em muitas vezes é possível adquirir versões "especiais" com caixas comemorativas, pagando muito pouco.
Para os aficionados, existem versões de "Yellow Submarine" (dos Beatles) e "Moonwalker" (Michael Jackson) além de inúmeros shows com artistas dos anos 70, 80 e 90. Um prato cheio mesmo hoje, em um mundo onde TVs de alta definição conqusitam cada vez mais salas.
E como bom cinéfilo, acabei fazendo algo inusitado: comecei a me desfazer de todos os DVDs, exceto algumas raridades, para ter uma coleção que é um verdadeiro hiato tecnologico: o foco são os saudosos Laserdiscs e os novos e modernos discos Blu-ray.
Nesse limbo tecnológico, quem ficou para trás foi o DVD. Quem diria! Pode até parecer coisa de saudosista que "não quer largar o passado", mas serei honesto: o Laserdisc tem um som orgânico, gostoso, que muitos DVDs não tem. E tenho dito!
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