Ontem (12) foi um dia histórico na capital paranaense. O "pai" do Rock and Roll, CHUCK BERRY, fez seu único show no Brasil. Ele tem 86 anos e apresentou-se no Teatro Positivo em sua turnê de despedida dos palcos.
Antes que alguém pergunte, não, eu não fui ao show. Gostaria muito de ter ido mas as a labuta é pesada para um pai de família. E dinheiro não nasce em árvore, infelizmente (risos). Se bem que dizem que nada é caro, nós é que ganhamos pouco ;)
A boa matéria do Jornal Gazeta do Povo de hoje (13) sobre a apresentação me surpreendeu. Mesmo sabendo que (no âmbito musical) a grande imprensa paranaense faz apenas matérias sobre bandas e eventos musicais que estão sob seu conhecimento, a publicação me parece sincera (até demais - quando cita as condições físicas de BERRY). A matéria em vídeo sobre o show é excelente.
O mais curioso foi saber que o guitarrista foi tirado do palco (ainda tocando) porque era hora de encerrar o show. Incrível.
Confiram abaixo um vídeo da apresentação e a transcrição da matéria:
Idoso e debilitado, Chuck Berry faz show repleto de erros, mas conquista público curitibano
Apresentação desta sexta-feira foi a única da passagem do americano pelo
Brasil na turnê que deve ser uma das últimas de sua carreira, que tem
mais de 50 anos
Chuck Berry foi recebido com grande reverência assim que soaram os primeiros acordes de “Roll Over Beethoven”,
música que abriu o confuso set list de pouco mais de uma hora
apresentado nesta sexta-feira (12), a partir das 21h35, para a plateia
que lotou o Teatro Positivo.
O diversificado público saudou de pé o pai do rock-and-roll com
um aplauso caloroso que chegou a encobrir a maçaroca de notas formada
pelo desencontro entre a regular banda de Chuck e os acordes aleatórios
executados em sua Gibson.
Passado o frenesi do encontro inicial com a lenda, os erros
ficaram mais evidentes. Vieram “School Days”, “Sweet Little Sixteen”,
“Carol” e “Nadine”. A guitarra de Chuck, embora emitisse uma minoria de
sons dentro da harmonia, foi o instrumento mais alto durante todo o
show.
A banda tinha de correr atrás: alongava alguns compassos até que
Chuck se lembrasse de sua parte; tentava acompanhar riffs por vezes
irreconhecíveis que o guitarrista puxava fora do script.
A performance de maior destaque acabou sendo da filha de Chuck, Ingrid Darlin Berry-Clay, que tocou harmônica em boa parte do show e cantou músicas como “Rock Me Baby”. Mas, apesar dos momentos em que ninguém entendia o que estava
acontecendo – nem no palco, nem na plateia –, o público se manteve carinhoso e incentivador do início ao fim, aplaudindo quando Chuck – aos 86 anos, com voz, pulmões e audição fracos – acertava a mão.
Bem-humorado, o músico se movimentou no palco, interagiu com o
tecladista e o baterista, brincou com a guitarra, fez piadas. “Aposto
que vocês conhecem essa”, disse, antes de tocar a famosa introdução de
“Johnny B Goode”. “Alguma coisa está acontecendo aqui em cima. Vou
contar para vocês depois”, brincou, ao trocar de guitarra com o filho,
Charles Edwards Berry Jr., depois de várias tentativas frustradas de se
entender com o seu instrumento.
Retribuindo o carinho do público, Chuck faz declarações de amor.
“Tenho 87 anos. Faço shows há 52. E esta é a plateia mais agradável para
a qual já toquei. Eu amo vocês”, disse o músico, que ainda fez uma
emocionada (e tocante) promessa: “Eu vou voltar. Vocês estão ouvindo? Eu vou voltar”.
O cantor ainda arriscou breves passos de sua célebre duck walk
(dança do pato) em meio às 15 garotas convidadas para dançar no palco
durante o longo solo que encerrou o show. Incansável, teve de ser
avisado de que era hora de parar. Foi levado para fora do palco ainda
tocando, pouco mais de uma hora depois do início do show.
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