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3 de dezembro de 2013

DISCOS DE VINIL: EVENTOS QUE AFETAM OS PREÇOS

Se você é comprador de discos de vinil deve ter sentido que os preços ficaram mais "salgados" nos últimos dois anos. É notório um certo desconforto nas conversas de compradores em lojas, feiras periódicas e redes sociais na internet. Fatores como a oscilação do dólar, por exemplo, são compreensíveis quando o assunto é reajuste de preços. Porém, novos eventos também tem afetado as etiquetas nas capas dos Long Plays. Alguns colecionadores, inclusive, tem variado a forma de comprar seus bolachões a fim de evitar aquisições tão onerosas.


Resolvi então elencar seis fatores que contribuem atualmente para que este fenômeno mercadológico ocorra. Ei-los:

VARIAÇÃO CAMBIAL
Como já mencionado, o valor da moeda estrangeira afeta diretamente a compra de discos importados. Há menos de vinte meses, o dólar custava em torno de R$1,87. Há três, o valor chegou a R$2,45. Um vinil vendido no eBay, por exemplo, com custo total (incluindo o shipping) de US$ 27 sairia por R$ 50,49 em abril de 2012 e por R$ 66,15 em agosto deste ano. Uma diferença de quase 33%.

FATOR MERCADO LIVRE
Para alguns vendedores, a página em questão transformou-se em uma espécie de "Tabela FIPE" dos vinis. Não são raros os casos em que lojistas ou feirantes só definem o preço final de seus discos após uma vasculhada no citado website. E como muitos usuários do Mercado Livre querem lucrar rapidamente com seus itens, os preços pedidos por lá acabam virando uma referência absurda, além da realidade. Alguns colecionadores estão propondo o boicote àqueles que praticam essa forma de estipulação de preço.

Um título, vários exemplares e uma diferença de 100% nos preços

NOVA GERAÇÃO DE CONSUMIDORES
Se você pensa que todo e qualquer adolescente ouve músicas ruins no formato mp3 em seus eletrônicos portáteis está enganado. É cada vez mais fácil perceber uma "piazadinha" em lojas, sebos e feiras de discos comprando álbuns clássicos. Outros admiradores do bolachão, nem tão jovens assim, também estão começando a adquirir seus exemplares. Assim, a procura de uma nova geração de compradores por aqueles discos "obrigatórios" em qualquer coleção acaba contribuindo para o aumento dos preços. Lei da oferta e da procura.

NOTÍCIAS SOBRE "A VOLTA DO VINIL"
Reportagens sobre discos de vinil fazem pessoas não consumidoras desse produto acreditar que quaisquer tipos de LPs valem uma pequena fortuna. Quando isso é somado à inclusão digital, o resultado é um monte de discos manjados sendo vendidos na internet a um preço desproporcional. Esse evento também dificulta a compra de coleções particulares (raras ou não) por comerciantes e revendedores.

SAZONALIDADES
Eventualidades também podem comprometer a estabilidade dos preços, mesmo que momentaneamente. O que foi visto na internet quando da morte do cantor MICHAEL JACKSON em 2009, por exemplo, foi o suficiente para desacreditarmos da humanidade (risos). Exemplares do álbum Thriller em péssimo estado de conservação foram colocados a venda na rede por até R$ 4.000,00! Por outro lado, oportunistas chegaram a comprar o álbum triplo History, à época por cerca de R$ 90, e revendê-lo na internet por até R$ 300,00 comprovando que tais eventos afetam o comportamento de consumidores.

ENCARGOS (NOVAS TIRAGENS NACIONAIS)
Os novos discos de vinil fabricados e lançados pela Polysom sofrem com os impostos, que elevam em até 70 % o preço final. Mesmo os relançamentos acabam afetados, não concorrendo com as tiragens originais. Já circula na internet uma petição que pleiteia a isenção de impostos sobre os discos de vinil assim como já ocorre com os livros. Isso afetaria o material importado sem similar nacional. Já os lançamentos de músicos brasileiros serão beneficiados pela "PEC da música" que derrubará os impostos sobre CDs e discos de vinil. Porém a redução será discreta nos bolachões, já que o IPI (imposto sobre produtos industrializados) será zero apenas na Zona Franca de Manaus (a fábrica brasileira de vinil fica no Rio de Janeiro).


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